O paradoxo da escolha















Será que a gente escolhe errado justamente por ter tantas opções à vista?

Tipo a paralisia que dá ao chegar no mercado e ver 37 opções de iogurte ou mesmo os planos para uma TV à cabo?

Com nata, sem nata, desnatado, desnatado light, com nata soft etc. etc. etc.? Pacote família com Discovery Channel ou Pacote Família Plus com Discovery e Cartoon Pacote Família Soft com banda larga, cartoon, discovery, e ponto extra desde que você use por no mínimo 12 meses.

Hein!?

Saneamento básico



E a despeito do filme ser muito bacana, essa é uma das cenas mais belas do cinema tupiniquim. E tenho dito.

O cara que desistiu.


Ele passa com seus cachorros aqui na rua onde moro. Aí vai à praça e fica molhando as plantas. De uns dias pra cá, reparei que ele começou a plantar algumas mudas de árvores.

Ele usa um boné daqueles com propaganda de casa de material de construção, um chinelo havaiana, um calção surrado e uma camiseta regata. Pela manhã você sempre o encontra na rua ou perto da praça. Sempre rodeado por seus cachorros.

Um dia desses descobri que ele vive sozinho, que não tem filhos e nem família.

Mas eu achei legal quando disseram que ele não é muito social, não. E como foi dito por gente daquele tipo que sabe a hora que você chega, onde você foi e quando você não foi ao trabalho, aí sim é que eu gostei do sujeito.

Parece ser o tipo do cara que desistiu. Que abriu mão. Que entregou os pontos. E é legal ver ele plantando uma árvore. Uma árvore que na certa ele não sentará na sombra pra relaxar.

Mas se o cara desistiu, pra quê uma árvore? Sobretudo uma árvore, que representa a coisa da vida, da história, do conhecimento. Ah, sim. Então ele não desistiu. Entendi.

Nesse caso, a árvore é a forma que encontrou para mostrar que ainda acredita. É o seu protesto silencioso. Sua redenção.

Claro, alguma coisa o fez desistir. Alguma coisa que dói à noite e o faz perder o sono. Talvez o isolamento seja pra guardar a dor. Um dor tão forte que ele resolveu aceitar e cair fora. Ficar longe dos durões. Dos que encaram tudo até a mais humilhante derrota. Daquele tipo de gente que se glorifica por não desistir.  

E ele não teve vergonha de abandonar e desistir.

Essa é sua vitória.

Ele plantou uma árvore que nunca sentará na sua sombra.

Te devemos essa.

da arte de viver com menos…

Aí ela disse some, eu somei…
E quando eu disse some, ela sumiu…

A cultura de desnecessários

“… Para a economia estar “saudável“, as pessoas não podem estar. Pessoas saudáveis e felizes não sentem que precisam de muita coisa que já não tenham, e isso significa que elas não compram um monte de porcarias, não precisam de tanto entretenimento e acabam não assistindo a tantos comerciais…”. Daqui.